quinta-feira, 7 de abril de 2011

Aquel

Te amo do nosso jeito insone e bizarro de amar. Que muitos estranham e ridicularizam, mas nas mesmas armadilhas do insano tendem a também amar.

Te amo calada como quem costura retalhos, e se tu és feito de retalhos, que seja um deles o meu coração.

Te amo como a corda ao enforcado, como um bêbado ao descaso, como coisas que se atraem sem pensar.

Te amo amando teu silêncio, teu calor e o respeito a minha fuga e a minha fúria, que é apenas mais uma forma de amar.

Te amo inquieta como vidro quebrado e cristal facetado, como ervas amargas e venenos em cápsulas.

Te amo afogada em gritos. Como poeira em espiral, tempestade e temporal.

Te amo oblíqua, como frase inacabada, como caderno desfolhado, como tinta indelével.

Te amo inexistindo.

Nenhum comentário: