terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Desabafo parte II

Desabafos são imbecis,
se apaixonar é uma merda,
e ninguém vale a pena.


Feliz Ano Novo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Dear G...

Por que me fizestes tua imagem e semelhança???

.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Eterno

Então me diga, Sr. Destino
Qual o certo a se fazer,
Qual dos dois devo beber,
Qual dos três devo amar,
Qual caminho escolher?

Que merda nós fizemos,
Qual droga nós usamos,
O que eu tinha que fazer?

Por que tantas respostas,
Quando a pena é sua.
Por que tantas penas,
Se a página é dupla.
Por que tanta pressa,
Se o livro é capa-dura?

Então me diga, Sr. Destino,
Quais lágrimas enxugar,
Que sorriso retratar,
Quantos cheiros guardar,
Quantas risadas provocar?

O que tínhamos que fazer,
Que hora como certa escolher,
Quem iria nos julgar,
Sem ao menos nos guiar?

Sr. Destino, devolva meus sonhos.
Neles ninguém pode tocar,
E assim serei eterna.
Só me revele onde estão.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Inveja

Poucas lágrimas merecem a fôrma que as produz. Poucas palavras merecem a boca que as fala, articula, forma e vocaliza. Poucas mãos merecem a acompanhante que possuem, seu toque, seu calor. Poucas cores merecem os olhos que as sentem. Poucos sabores merecem suas cores. Poucos beijos merecem a saliva que recebem, sua textura, sua doçura. Poucos beijos merecem ser apreciados, sentidos, saboreados. Poucos rostos merecem o vento que os toca. Poucos toques merecem carícias. Poucas coisas merecem a mim ou a você, poucas coisas merecem a nós juntos ou separados, poucos bares merecem nossas doses, poucas pessoas merecem nossa companhia. Poucos goles merecem os seus lábios, poucos gemidos merecem seu sexo, poucos abraços merecem seu perfume.

Poucos colos merecem o seu sono.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ao menos uma vez

Só por hoje queria ser flor,
te fazer fechar os olhos e sorrir ao inspirar-me
te fazer sentir prazer ao acariciar-me
Te fazer querer que eu nunca morra.

Só por hoje eu queria ser céu
te acalmar os olhos ao meu azul
te soprar brisas leves a te arrepiar
Te fazer sentir esperanca de um dia bom.

Só por hoje eu queria ser mar
Fluir entre seus dedos e nao ter forma fora você.
Salgar seu corpo como o suor da sua pele
Me sentir menos sem você dentro de mim.

Só por hoje eu queria ser terra
Ser teu apoio, seu começo e seu fim
Seu pó e sua casa, seu berço e sua cova
E eternamente consumir você em mim.



sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Arte Final

É essa falta que eu sinto que me acaba o juízo....
ainda nem apareceu no real, já perturba a minha paz.

atrasa a respiracao e ss sentidos.
tela que embaça, desperdiça tinta no ar....evanesce.

Congela os dedos e seca as penas, rasga os substratos.
Envelhece, queima amarela. Rouba toda a brancura.

Apaga os treços, tira as vírgulas e os pontos.
Deixa o mundo sem sentindo de ser e estar.

Irreal e imutável, quem te ganha e quem te perde?
Só mais uma presença, que ainda

terça-feira, 29 de julho de 2008

Parceria

Um guardião cego fala a um soldado desconhecido.
Juntos conversam e escutam música, que flui como uma cheia do Nilo, e arde, como que em chamas.
Viajam juntos naquela sensação arrepiante que a pele com frio sente ao ser tocada pelo calor do fogo, aquele limiar gostoso, como o que antecede o orgasmo, no limite.
Uma vontade tão grande de não sabe-se o quê, mas que os faria cometer canibalismo...me dê sua patente em troca dos meus olhos.
Juntos, saboreiam com muito pecado e nenhuma culpa, mas com uma completa ignorância acerca do mesmo...tudo é paladar, desejo e desejo de saciar. Experimentar uma vez é jamais se livrar do vício.
Toque sua pele, como uma auto-masturbação, insista..inspire, aspire, inspire-se. Cada poro, cada pele, cada cheiro que dele exala. Inpire-se.
olhe para o mesmo céu de todos os dias e descubra novas cores. Olhe para o mesmo sol de todo amanhecer e descubra novos espectros. Olhe para a mesma pessoa amada de todas a noites e descubra novos segredos.

- Ao guardião cego, o que temos a revelar?
- O que eu tenho a te revelar...sua identidade? Ou só o que seus olhos não podem enxergar.
- Mas guia, aquele que tem olhos.
- Olhos não falam quem és.

Conhecer a sí mesmo, uma dádiva.
Enganar a sí próprio, uma arte.

Gênios e enganadores...sentem-se.

Ainda temos mais dois lugares à mesa.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sobre você

Esse não é um texto de amor

é um texto sobre o amor.

Seus ciclos e picos,

surtos e peripécias.


Sobre como ele inicia e termina

esquenta e acalenta

ceifa os sentidos e entorpece

arde e adocica.


Esse não é um texto de amor,

é um texto sbre o amor.

sobre o olho bom e o olho mau

que nos faz padecer em mentiras.


Sobre sentidos e sentimentos

razão e mágoas, ou sentimentos e mentiras

Coração biológico e coração simbólico

Palavras e olhares.


Esse não é um texto de amor,

é um texto sobre o amor.

como ele nos faz egoístas e vazios

sobre como ele nos faz apenas preencher nosso vazio.


Sobre como ele quebra nossas parcerias,

nos faz sentir vazios a sua ausência.

sobre como ele rasga nossos sonhos e sorrisos

sobre como ele torna o nosso coração pedra.





terça-feira, 11 de março de 2008

Passiflora

É aquela, a flor de maracujá

a textura macia contrasta com o sabor agridoce

doce e sincero, sincero talvez demais.

Como ela gosta da paz judiar.


Não cabe em um buquê qualquer,

suas cores agridem aos olhos,

suas formas pertubam as outras flores

seu perfume salta demais.


Se enrosca nas plantas, agarra e aperta

Prefere se ferir a largar

provoca um frizón no jardim

Se enrola toda, até cansar.


No beijo do sol, exala seu perfume sem reclamar

Agridoce, de maracujá

Mas é a noite, só a noite que adora.

E na noite que prefere acordar.


E se enrola, como se enrola essa danada a dançar

Mas é carinho apenas, mal mesmo não faz

Mas como é carente...essa flor de maracujá!







segunda-feira, 10 de março de 2008

Moonlight

Perdida em um caminho

Onde as rochas se movem

Respiro fracamente

Como um anjo que definha.


Colho a ultima rosa do mundo

Ofereço-a aos deuses

Danço em imortais tumulos

Onde ninguém nunca chorou.


Assisto o sol morrer lentamente

Onde a luz perdeu o poder

Por que eu sempre te vejo chorando?

Por que na vida se perde tanta esperança?


Vejo o céu tomar vida

Quando te entrego a luz da Lua

Olhando as formas nas sombras

Negando os dons desses sussurros.


Sento numa pedra e observo seu rosto

Desenhado na lembrança da minha própria solidão

Retiro dos olhos um pesado véu,

Por que eu nunca te ví chorando?


Tento viver e seguir em frente

Levando a luz da minha alma

Bebendo lágrimas que um dia derramei

Na paz que atravessa essa noite.


Caio no meu último desejo

E nego o luto da sua vida

Procuro um lugar onde não há mais tristeza

Ascendendo na clara luz da Lua.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Desde ontem.

Nada mais precisa ser esquecido, nem lembrado.

A cura já veio e ficou, igual aos seus lábios desenhados.


Os dedos correm no mesmo ritmo e temperatura,

Prefiro você sem batom...


O medo preenche as fissuras do caminho percorrido.


Queria que a dor parasse pra ficar mais,

Vamos dar uma volta.


Nas ladeiras as igrejas guardam seus sinos silenciosos,

Vamos falar baixo e apreciar a vista.


Você certamente tem um gosto bom,

Prefiro seu cheiro, mais fácil de ser decorado.


Avance a música e me dê um sorriso,

Algo esquecido que faz questão de ser lembrado.


Segure seu medo com as duas mãos,

não em cima, nas laterais.


Não vá embora, fique no sofá.

Se mudar de idéia, prometo que não vou te machucar.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Larissa

"Essa menina que parece caminhar em direção de uma certeza suposta, transborda de felicidade e exalta-se com o "sim" dos olhares sinceros.Diante da animação, ela desfila seus sapatinhos exibindo sua capacidade de expressão. Questionada se a espontaneidade persiste aos olhares sinceros, curiosos, transparentes, esquiva-se como uma menina que acabara de descobrir sentimentos de gente grande.Ela o convida para dançar à moda dos programas de auditório, mas logo ele se cansa diante da exaustiva chegada da primavera.Larissa encanta-se com seu jeito cortês, atencioso, carinhoso de espírito velho que adapta-se rapidamente ao seu jeito espalhafatoso.Ambos cansados decidem alimentar a alma depois de tanta badalação e um novo olhar sincero surge; acendendo-se para a madrugada que acabara de se apresentar. Na rua deserta a prata derrete-se lentamente e eles seguem o caminho. Espíritos renovados e contagiados pela possibilidade de estenderem a alegria de viver, optam em prosseguir e caminham com passos coordenados. A primavera evidencia a chegada, e eles não desistem ao cansaço dos velhos espíritos.Seguem nas ruas paralelas e se contagiam com o amanhã que sugere ser renovador. Despedem-se."

(texto feito pra mim por um grande amigo...navegador dos sete mares, te adoro!)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Fumaça

Perco as minhas idéias e fico ancorada no teu paraíso.

O que mais incomoda é que não sei como saio daqui.


Quero um meu, só meu, onde eu possa desenhar nas nuvens.

Escrever nas paredes, chutar portas e fechar janelas.


Dormir ao dia e passar a noite em cinza, nem claro nem escuro.

Desligar a energia, espalhar fumaça, mandar todos à puta que os pariu.


Sujo ou mau lavado, não interessa, ele me agradará.

Nele as plantas nascerão de cabeça para baixo, e os frutos antes das flores.


Porque no final o que importa é que ele será meu, só meu.

Minha terra de torto, onde ser maluco é covardia.


Onde tudo é meu, só meu. Meu paraíso.


Seja mal-vindo.








sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Anjo Torto

Mãos geladas e pescoço quente,
Pulsa com tanta força que posso até ouvir daqui.

Inerte e inesgotável força, agora a mil por hora,
Tão forte que posso até sentir daqui.

Cheiro agridoce de maracujá,
Tão penetrante que posso até sentir daqui.

Olhos inquietos que teimam em não parar,
Tão brilhantes que posso até ver daqui.

Voz macia que teima em não usar,
Atitudes que não posso participar daqui.

Presença opaca e sombria,
Tão fulgaz que não posso aproveitar daqui.

Um anjo gauche, desses que vivem nas sombras.
Tão estranho que não quero largar daqui.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Desequilíbrio

Gemendo, escorregando, caindo.
Quando no tempo nossas bases pareciam sólidas.
E o verde dos seus olhos me dava conforto.
Como um leito de musgo macio e perfumado.
Onde cabiam dois, eu e eu.

Gemendo, escorregando, caindo.
Quando no espaço perdemos nossas auréolas.
E o branco de suas asas me trazia proteção.
A cada pena perdida, uma fisgada.
Calor e dor, amor e penitência.

Gemendo, escorregando, caindo.
Quando na alma nossos sentimentos não choravam.
E nas faces nossas lágrimas eram de um só tom.
Transparecendo o rubor que acompanhava teu sorriso.
E o gosto salgado que só as coisas boas não tem.

Gemendo, escorregando, caindo.
Quando a memória soletrou saudade.
E o negro dos seus cabelos trazia a noite.
Que continuava alí, sempre que teu cheiro surgia.
Onde o tempo existe para ser usado.

Gemendo, escorregando ou caindo.
.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A Margem

Sim, sim e sim.
Era você.
Meu Marco Zero, e duas mil vezes sim.

Te perdi, te deixei escapar em um labirinto alheio.
Desistí de tudo aquilo que me trazia equilíbrio.

Equilíbrio entre crescer e ficar, ficar e sair,
sair e continuar.
Você nunca me fez continuar.

Decidí ficar, em um pé só.
Uma bailarina bêbada, de sapatilhas gastas.
Não sei por onde escapou meu equilíbrio.

Palavras não, por favor e obrigada.
Apenas formas, ou atitudes se preferir.
Palavras viajam pelo labirinto, e escapam como escapou meu equilíbrio.

Encontre-se em outros, e distantes por favor.
Não preciso mais do seu Marco Zero.

Sim, sim e sim.
Boderline agora eu sou.
(Muito feliz, obrigada!)

E duas mil vezes, sim.